Língua basca

Língua basca
O basco (euskara, ) é o idioma ancestral dos bascos, povo que habita historicamente o País Basco, região que abrange uma área do norte da Espanha e sudoeste da França. É falado por 27% dos bascos em todos os territórios habitados por este grupo étnico (750.000 de um total de 2,648,998 de habitantes). Destes, 663,035 bascofalantes vivem na parte espanhola do País Basco, e 51,100 na parte francesa.

Nas discussões acadêmicas a respeito da distribuição do basco na Espanha e França, costuma-se referir às três antigas províncias, na França, e a quatro províncias espanholas. Os falantes nativos do idioma estão concentrados numa área contígua que inclui partes das comunidades autônomas espanholas do País Basco e Navarra, e na metade ocidental do departamento francês de Pirenéus-Atlânticos (regiões de Miarritze, Baiona, Maule-Lextarre, Donapaleu). A Comunidade Autônoma Basca é uma entidade administrativa dentro do País Basco etnográfico, binacional, que incorpora as províncias espanholas tradicionais de Biscaia, Guipúscoa e Álava, que conservam sua existência como divisões político-administrativas.

Estas províncias e muitas regiões da Navarra são habitadas pelos bascos, porém o idioma basco havia, pelo menos até a década de 1990, praticamente desaparecido da maior parte de Álava, das partes ocidentais da Biscaia e do centro-sul da Navarra. No sudoeste da França, as províncias habitadas pelos antigos bascos eram Labourd, Baixa Navarra e Soule. Estas regiões foram juntadas a outras e consolidadas num único département em 1790, sob o nome de Basses-Pyrénées (Baixos Pirenéus), nome que existiu até 1970.

Uma forma padronizada do idioma basco, chamada de euskara batua, foi desenvolvida pela Academia da Língua Basca (Euskaltzaindia) no fim da década de 1960. O euskara batua foi criado para que a língua basca pudesse ser usada - e compreendida com facilidade por todos os falantes do basco - em situações formais (educação, mídia, literatura), e é usado principalmente para isto nos dias de hoje. Este basco padrão é ensinado e utilizado como idioma de estudo - opcional, paralelamente ao espanhol (castelhano) padrão obrigatório - na maior parte dos níveis educacionais da parte espanhola do País Basco, embora a intensidade, o status e os fundos destinados por organizações estatais a esta instrução do idioma basco varie de acordo com a região. Na França, a escola de língua basca Seaska e a associação pela instrução bilingue (basco e francês) Ikasbi suprem as necessidades de uma ampla gama de necessidades educacionais em basco até a educação secundária, embora tenha alguma dificuldade para superar obstáculos financeiros e administrativos.

Além desta versão padronizada, existem cinco outros principais dialetos bascos: o biscaio, o guipuscoano e o alto navarrês, na Espanha, e o navarrês-lapurdiano e o zuberoano na França. Embora recebam seus nomes das províncias histórias já mencionadas, as fronteiras dialetais não são idênticas às fronteiras destas províncias.

O basco já era falado muito antes dos romanos introduzirem o latim na Península Ibérica. Por não ter línguas aparentadas conhecidas, o basco é claramente diferente das outras línguas europeias, particularmente aquelas (que são a grande maioria) que têm relações de parentesco entre si no interior da família indo-europeia.

No basco, o nome do idioma é, oficialmente, euskara (juntamente com diversas outras formas dialetais). Existem atualmente três teorias etimológicas sobre este nome que são levadas a sério pelos linguistas e estudiosos do idioma, discutidas com maior detalhe na página sobre os bascos.

Em francês o idioma é chamado comumente de basque ou, mais recentemente, euskara. Já no espanhol existe uma grande variedade de termos espanhóis para designar a língua; atualmente, é chamado mais comumente de vasco, lengua vasca ou euskera. Tanto os termos vasco quanto o "basco" do português vêm do etnônimo latino Vascones, que por sua vez remonta ao termo grego antigo ουασκωνους (ouaskōnous), etnônimo utilizado por Estrabão em sua Geografia (23 d.C., livro III).

O termo "vasconço" (em espanhol, vascuence), derivado do latim vasconĭce, adquiriu conotações negativas ao longo dos séculos, e não é bem-visto pelos falantes do basco, de maneira geral. Seu uso mais antigo foi documentado no século XIV, quando uma lei promulgada em Huesca decretava que Item nuyl corridor nonsia usado que faga mercadería ninguna que compre nin venda entre ningunas personas, faulando en algaravia nin en abraych nin en basquenç: et qui lo fara pague por coto XXX sol — essencialmente penalizando o uso do árabe, hebraico ou do "vasconço" com uma multa de 30 sols franceses.

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