Língua arménia

Língua arménia
O (հայերեն լեզու; AFI: ; transl. , conhecido comumente apenas como ) é a língua indo-europeia falada pelos armênios, e língua oficial da República da Arménia, localizada na região montanhosa a norte da Mesopotâmia, no sul do Cáucaso e assim como da República de Artsaque (de jure no Azerbaijão). É também amplamente falada pelas comunidades arménias espalhadas ao redor do mundo com a diáspora arménia. O idioma tem seu próprio sistema de escrita, o alfabeto arménio.

Os linguistas costumam classificar o arménio como um ramo independente, do tipo analítico-aglutinante, da família linguística indo-europeia; alguns indo-europeístas propuseram que o idioma deveria ser agrupado justamente com o ramo helênico (grego), na chamada hipótese greco-arménia, em combinação com a hipótese greco-ariana.

Os primeiros manuscritos que se conservaram remontam ao século IX. O alfabeto arménio foi criado por Mesrobes Mastósio (em 405) e é constituído por 36 caracteres. O arménio é uma língua rica em consoantes, com predomínio das sibilantes; a acentuação recai naturalmente na última sílaba.

A língua falada até ao recebe o nome de arménio antigo ou arménio clássico. O arménio moderno, que ainda se fala na atualidade, subdivide-se numa grande variedade de dialectos, mas existe uma língua unificada derivada do dialeto Tarón — que possui todas as características de uma moderna língua de cultura. É a língua oficial da Arménia e de Artsaque e falada em comunidades emigrantes em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos e na Argentina.

O primeiro testemunho da língua arménia data do (a tradução da Bíblia feita por Mesrobes Mastósio). A história anterior do idioma é pouco clara, e ainda está sujeita a muita especulação.

Alguns linguistas vêem o arménio como um parente próximo do frígio; outros mantêm que o grego seria o idioma mais próximo do arménio ainda em existência. A representação característica grega das laríngeas no início de palavras, através de vocais prostéticas, também é partilhada pelo arménio, juntamente com outras peculiaridades fonológicas e morfológicas do grego. O suposto parentesco entre os dois idiomas também representaria uma luz à natureza parafilética da isoglossa centum-satem. O arménio também partilha as principais isoglossas com o grego; outros linguistas propõem que os ancestrais linguísticos dos dois idiomas seriam muito semelhantes, ou tinham uma relação de contato muito próximo. No entanto, tais teorias são contestadas; e nos primeiros registros do arménio, no século V, quaisquer evidências de parentesco foram reduzidas a umas poucas e frágeis amostras.

Já existe um certo consenso de que houve um contato antigo entre o arménio e as línguas anatólicas, com base em certos "arcaísmos" partilhados, tais como a ausência do feminino e de vogais longas herdadas.

A língua arménia clássica (frequentemente chamada de Grabar, literalmente "[língua] escrita") importou diversas palavras das línguas iranianas médias, especialmente do parto, e contém vocabulários menores de empréstimos do grego, do siríaco, latim e de línguas autóctones, como o urartiano. O arménio médio (séculos XI-XV) incorporou ainda mais empréstimos do árabe, turco, persa e latim, e os dialetos modernos assimilaram centenas de novas palavras do turco e do persa. Assim, determinar a evolução histórica do arménio é particularmente difícil, já que o idioma utiliza-se de palavras emprestadas de praticamente todos os idiomas que fizeram parte de sua história.

A grande porcentagem de empréstimos dos idiomas iranianos levou inicialmente os linguistas a classificar o arménio como tal. A distinção do arménio só foi reconhecida novamente de fato pelos linguistas no fim do século XIX, quando o método comparativo foi utilizado para distinguir entre duas camadas de empréstimos iranianos num vocabulário genuinamente arménio. Os dois dialetos literários atuais, o ocidental (associado originalmente com os escritores do Império Otomano) e o oriental (associado originalmente com os escritores do Império Russo) eliminaram quase todas as influências turcas de seu léxico no século XX, especialmente depois do genocídio arménio.

País
  • Arménia
    (, ou Հայք, Hayq), denominada oficialmente República da, é um país sem costa marítima, localizado numa região montanhosa na Eurásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio, no sul do Cáucaso. Faz fronteira com a Turquia a oeste, Geórgia a norte, Azerbaijão a leste, e com o Irão e com o enclave de Naquichevão (pertencente ao Azerbaijão) ao sul. É considerado um país transcontinental, sendo que para as Nações Unidas a Arménia está localizada na Ásia Ocidental e esta classificação também é usada pela CIA no World Factbook, apesar do país ter extensas relações sociopolíticas, históricas e culturais com a Europa.

    Em área, era a menor república integrante da União Soviética. A Arménia configura-se num Estado unitário, multipartidário, democrático, com uma antiga herança histórica e cultural. Historicamente, foi a primeira nação a adotar o cristianismo como religião de Estado, em 301. O país é constitucionalmente um Estado laico, tendo a fé cristã uma grande identificação com o povo. A Fé Bahá’í está presente no país desde o final do século 19 apos a chegada dos primeiros pioneiros Cavalheiros de Bahá’u’lláh.
  • Azerbaijão
    Azerbaijão ( / ; em azerbaijano: Azərbaycan, ), oficialmente República do Azerbaijão, é um país transcontinental na região do Cáucaso, situado no cruzamento entre o Leste Europeu e o Sudoeste Asiático. É delimitado pelo Mar Cáspio ao leste, a Rússia ao norte, a Geórgia a noroeste, Armênia no oeste e o Irã ao sul. O exclave de Naquichevão é delimitado pela Armênia a norte e leste, pelo Irã ao sul e oeste, e possui uma pequena fronteira com a Turquia a noroeste.

    A República Democrática do Azerbaijão proclamou sua independência em 1918 e tornou-se a primeira república democrática cuja população é composta majoritariamente por muçulmanos e, ao mesmo tempo, secular. Além disso, foi a primeira nação de maioria muçulmana após o Egito a contar com óperas, teatros e universidades modernas. O país foi incorporado à União Soviética em 1920 como a República Socialista Soviética do Azerbaijão, e proclamou sua independência em outubro de 1991, antes da dissolução da união. Mais cedo, em setembro daquele ano, a disputada região de Alto Carabaque reafirmou sua disposição em se tornar um estado independente, como a República do Alto Carabaque. A região, efetivamente independente desde o início da Guerra do Alto Carabaque, é reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão até que uma solução final para seu status seja encontrada.
  • Geórgia
    A Geórgia (em georgiano: საქართველო, transl Sak'art'velo, ) é um país da Europa Oriental. Limita-se com a Rússia a norte e a leste, a sul com a Turquia e a Arménia, a leste e a sul com o Azerbaijão e a oeste com o mar Negro. Sua capital é Tiblíssi, que também é sua maior cidade. O país é uma república unitária, semipresidencial, com o governo eleito através de uma democracia representativa. Seu território é de km² e sua população, conforme estimativas de 2017, é de cerca de 3,718 milhões de habitantes. Mais de um quarto da população vive na região de Tiblíssi, com outras grandes cidades sendo Cutaisi, Batumi e Rustavi.

    Durante a era clássica, reinos independentes estabeleceram-se no que hoje é a Geórgia. Os reinos da Cólquida e Ibéria, cujas orientações religiosas vinham do paganismo georgiano com posterior influência zoroastriana, adotaram o cristianismo no início do. O Reino da Geórgia atingiu o auge de sua força política e econômica durante o reinado de e, nos séculos XI e XII. No início do, a Geórgia foi anexada pelo Império Russo. Depois de um breve período de independência, após a Revolução Russa de 1917, a Geórgia foi ocupada pela União Soviética em 1921, tornando-se a República Socialista Soviética Geórgia e parte da União Soviética. Após a independência, em 1991, a Geórgia pós-comunista sofria de distúrbios civis e de crise econômica na maior parte do. Isso durou até a Revolução Rosa de 2003, depois que o novo governo introduziu reformas democráticas e econômicas.
  • Líbano
    Líbano (, ;, ; em aramaico: ܠܒܢܢ), oficialmente República do Líbano (em árabe: اَلْجُمْهُورِيَّة اَللُّبْنَانِيَّة Al-Jumhūrīyah Al-Loubnānīyah, ) é um país localizado na extremidade leste do mar Mediterrâneo, na Ásia Ocidental, numa região que faz ligação entre esse continente e a Europa. Faz fronteira com a Síria ao norte e a leste e com Israel ao sul e a oeste. No cruzamento da bacia do Mediterrâneo, o Líbano é uma das regiões de antigas civilizações, como fenícios, assírios, persas, gregos,romanos, bizantinos e turcos otomanos, sendo que sua rica história formou a identidade cultural única em diversidade étnica e religiosa do país.

    Os primeiros indícios de civilização no Líbano remontam há mais de 7,000 anos de história registrada. O Líbano foi o local de origem dos fenícios, uma cultura marítima que floresceu durante quase 2,500 anos. Após o colapso do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial, as cinco províncias que compõem o Líbano moderno ficaram sob mandato da França. O Líbano estabeleceu um sistema político único em 1942, conhecido como confessionalismo, um mecanismo de partilha de poder com base em comunidades religiosas. Foi criado quando os franceses expandiram as fronteiras do monte Líbano, que era maioritariamente habitado por católicos maronitas e drusos, para incluir mais muçulmanos. O país ganhou a independência em 1943, e as tropas francesas se retiraram em 1946.
  • Mesopotâmia
    A Mesopotâmia (do grego antigo Μεσοποταμία; composto de μέσος, "meio", e ποταμός, "rio", ou seja "[terra] entre dois rios") é a área do sistema fluvial Tigre-Eufrates, o que nos dias modernos corresponde a aproximadamente à maior parte do atual Iraque e Kuwait, além de partes orientais da Síria e de regiões ao longo das fronteiras Turquia-Síria e Irã-Iraque.

    Amplamente considerado como um dos berços da civilização pelo mundo ocidental, a Mesopotâmia da Idade do Bronze abrigava a Suméria, além dos impérios Acadiano, Babilônico e Assírio, todos nativos ao território do atual Iraque. Na Idade do Ferro foi controlada pelos impérios Neoassírio e Neobabilônico. Os povos sumérios e acádios (incluindo assírios e babilônios) dominaram a região desde o início da história escrita (c. ) até à queda de Babilônia em, quando foi conquistada pelo Império Aquemênida. Foi conquistado por Alexandre, o Grande em e, após sua morte, tornou-se parte do Império Selêucida, de cultura grega.
  • Síria
    Síria (ou سوريا; transl.: sūriyā), oficialmente República Árabe Síria é um país localizado na Ásia Ocidental. O território sírio de jure faz fronteira com o Líbano e o Mar Mediterrâneo a oeste; a Turquia ao norte; o Iraque a leste; a Jordânia ao sul e Israel ao sudoeste. Um país de planícies férteis, altas montanhas e desertos, é o lar de diversos grupos étnicos e religiosos, inclusive árabes, gregos, armênios, assírios, curdos, circassianos, mandeus e turcos. Os grupos religiosos incluem sunitas, cristãos, alauitas, drusos, mandeus e iazidis. Os árabes sunitas formam o maior grupo populacional do país.

    Antigamente, o nome de "Síria" era sinônimo de Levante (conhecido em árabe como Xame ou Axame), enquanto o Estado moderno abrange os locais de vários reinos e impérios antigos, como a civilização eblana, do Sua capital, Damasco, está entre as mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo. Na era islâmica, a cidade se tornou a sede do Califado Omíada e uma capital provincial do Sultanato Mameluco do Egito. A Síria moderna foi estabelecida após a Primeira Guerra Mundial durante o Mandato Francês e era o maior Estado árabe a surgir na região do Levante, que antigamente era dominada pelo Império Otomano. O país conquistou a independência como uma república parlamentar em 24 de outubro de 1945, quando a Síria tornou-se membro fundador da Organização das Nações Unidas, um ato que legalmente pôs fim ao antigo domínio francês — embora as tropas francesas não tenham deixado o país até abril de 1946.