Ruanda (Republic of Rwanda)
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Bandeira de Ruanda |
Ruanda recebeu uma atenção internacional considerável devido ao genocídio ocorrido em 1994, no qual cerca de 800 mil pessoas foram mortas. Desde então, o país viveu uma grande recuperação social e, hoje em dia, apresenta um modelo de desenvolvimento que é considerado exemplar para países em desenvolvimento. Em 2009, uma reportagem da rede de notícias CNN classificou Ruanda como tendo a história de maior sucesso do continente, tendo alcançado estabilidade, crescimento da economia (a renda média triplicou nos últimos dez anos) e integração internacional. Em 2007, a revista Fortune publicou um artigo intitulado "Why CEOs Love Rwanda" (Por que os CEOs amam Ruanda, em tradução livre). A capital, Quigali, é a primeira cidade africana a ser galardoada com o Habitat Scroll of Honor Award, em reconhecimento de sua "limpeza, segurança e conservação do modelo urbano". Em 2008, Ruanda tornou-se o primeiro país a eleger uma legislatura nacional na qual a maioria dos membros era mulheres. Ruanda aderiu à Commonwealth of Nations em 29 de novembro de 2009 como seu quinquagésimo quarto membro, fazendo do país um dos apenas três membros sem um passado colonial britânico.
A população é predominantemente jovem e rural, com uma densidade entre as mais altas na África. Os ruandeses são provenientes de apenas um grupo cultural e linguístico, o Banyarwanda, embora dentro deste grupo há três subgrupos: os hútus, tútsis e os tuás. Os tuás são pigmeus que habitam a floresta, descendentes dos primeiros habitantes de Ruanda. Estudiosos discordam sobre as origens e as diferenças entre os hútus e tútsis; alguns acreditam que as diferenças são derivadas de antigas castas sociais dentro de um único povo, enquanto outros acreditam que os hútus e tútsis chegaram ao país separadamente e de diferentes locais. O cristianismo é a maior religião do país e a língua principal é o quiniaruanda, falado pela maioria dos ruandeses, com o inglês, francês e o suaíli servindo como línguas oficiais. Ruanda tem um sistema presidencialista de governo. O presidente atual é Paul Kagame, da Frente Patriótica Ruandesa (RPF), que assumiu o cargo em 2000. Ruanda hoje tem baixo nível de corrupção em comparação com os países vizinhos, embora as organizações de direitos humanos relatam supressão de grupos de oposição, a intimidação e as restrições à liberdade de expressão. O país tem sido governado por uma hierarquia administrativa desde os tempos pré-coloniais. Há cinco províncias delineadas por fronteiras estabelecidas em 2006. O Ruanda é um dos dois únicos países com maioria feminina no parlamento nacional.
Embora próximo da Linha do Equador, o país possui um clima temperado fresco, devido a sua alta elevação. O terreno consiste principalmente de planaltos gramíneos e colinas suaves. A abundante vida selvagem, incluindo raros gorilas-das-montanhas, resultou no turismo tornando-se um dos maiores setores da economia do país.
Contrariamente aos seus vizinhos, Ruanda, era um reino centralizado, seu território foi oficialmente decidido na Conferência de Berlim (de 1885) e só foi entregue ao Império Alemão (juntamente com o vizinho Burundi) em 1890, numa conferência em Bruxelas, em troca de Uganda e da ilha de Heligolândia. No entanto, as fronteiras desta colônia – que, na altura incluíam também alguns pequenos reinos das margens do Lago Vitória – só foram definidas em 1900.
Depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, a propriedade foi entregue à Bélgica, por mandato da Liga das Nações. O domínio belga foi direto e duro como o dos alemães e, utilizando a Igreja Católica, manipulou a classe alta dos tútsi para integrar o resto da população - na sua maioria hútus e demais tútsis - incluindo a cobrança de impostos e o trabalho forçado, que já eram quesitos adotados pela Alemanha e contribuindo para um grande fosso social que já existia.
Depois da Segunda Guerra Mundial Ruanda tornou-se novamente um protetorado das Nações Unidas, tendo a Bélgica como autoridade administrativa. Através de uma série de processos, incluindo várias reformas, o assassinato do rei Mutara III Charles, em 1959 e a fuga do último monarca do clã Nyiginya, o rei Kigeri V, para Uganda, os hútus ganharam mais poder e, na altura da independência, em 1962, os hútus eram os políticos dominantes. Em 25 de setembro de 1960 a ONU organizou um referendo no qual os ruandeses decidiram tornar-se uma república. Depois das primeiras eleições, foi declarada a República de Ruanda, com Grégoire Kayibanda como primeiro-ministro.
Após vários anos de instabilidade, em que o governo tomou várias medidas de repressão contra os tútsis, em 5 de Julho de 1973, o major general Juvénal Habyarimana, que era ministro da defesa, destituiu o seu primo Grégoire Kayibanda, dissolveu a Assembleia Nacional e aboliu todas as atividades políticas. Em Dezembro de 1978 foram organizadas eleições, nas quais foi aprovada uma nova constituição e confirmado Habyarimana como presidente, que foi reeleito em 1983 e em 1988, como candidato único, em resposta a pressões públicas por reformas políticas, Habyarimana anunciou em Julho de 1990 a intenção de transformar o Ruanda numa democracia multipartidária.
No entanto, nesse mesmo ano, uma série de problemas climáticos e econômicos geraram conflitos internos e a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), dominada por tútsis refugiados nos países vizinhos lançou ataques militares contra o governo hútu, a partir de Uganda. O governo militar de Juvénal Habyarimana respondeu com programas genocidas contra os tútsis. Em 1992 foi assinado um cessar-fogo entre o governo e a RPF em Aruxa, Tanzânia.
Em 6 de Abril de 1994, Juvénal Habyarimana e Cyprien Ntaryamira, o presidente do Burundi, foram assassinados quando o seu avião foi atingido por fogo quando aterrissava em Quigali. Durante os três meses seguintes, os militares e milicianos ligados ao antigo regime mataram cerca de 800 000 tútsis e hútus oposicionistas, naquilo que ficou conhecido como o Genocídio de Ruanda. Entretanto, a RPF, sob a direção de Paul Kagame ocupou várias partes do país e, em 4 de Julho entrou na capital Quigali, enquanto tropas francesas de manutenção da paz ocupavam o sudoeste, durante a “Opération Turquoise”.
Moeda / Linguagem
ISO | Moeda | Símbolo | Algarismo significativo |
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RWF | Franco ruandês (Rwandan franc) | Fr | 0 |
ISO | Linguagem |
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FR | Língua francesa (French language) |
RW | Língua quiniaruanda (Kinyarwanda) |
SW | Língua suaíli (Swahili language) |